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Porque sou candidato ao conselho do CGI.Br

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Prezadas e Prezados,

Deixa eu contar uma pequena história de última hora…

Meu nome é João Carlos Rebello Caribé, 50 anos, consultor e ativista, formado em publicidade e pós-graduado em mídias digitais, atuo intensamente na Internet desde 1995. Em 1996 fundei uma das primeiras produtoras de Internet, a Página Principal. Fundei em 1997 Flash Brasil, um dos maiores parceiros Macromedia no Brasil, desenvolvendo inovadores modelos de negócios através de grupos de usuários colaborativos. Foi membro do Macromedia Advisory Board, representando usuários da América do Sul nos anos de 2000 e 2001. Em 2001 fui a Nova Iorque convite da Macromedia para ensinar nosso modelo de negócios a parceiros de diversas partes do mundo.

Ainda em 1997 fui um dos fundadores do PROMIT, uma associação de mídias interativas que visava proporcionar o debate profissional da Internet, quem lê isto agora não imagina o quanto tivemos de aprender juntos, pois a Internet era nova e era um imenso campo a ser explorado, o Promit encerrou suas atividades em 2002 após ter cumprido seu papel.

Este período inicial da Internet Brasileira foi muito intenso, um amplo campo a ser explorado, muito bom para empreender, aprender e construir coletivamente pois muita coisa estava para ser inventada. Fiz grandes amigos e nos ajudamos mutuamente, era o inicio de uma nova era, a era da colaboração. Em 2002 com o estouro da bolha da Internet, quebrei e passei por uma fase bem difícil, com reflexos ainda hoje.

Crises são na verdade as melhores oportunidades, tive a chance de descobrir que o Flash Brasil foi na realidade uma das primeiras redes sociais da história da Internet, e que já naquela época usamos o Buzz Marketing para fazer negócios, e a expressão ainda nem existia. Passei a observar a Internet como um espaço não só para negócios, mas principalmente para interações sociais, construções coletivas, de inclusão e empoderamento social, aos poucos percebe-se como as coisas se auto-organizam na rede, e a complexidade do que estava surgindo já não permitia mais descrever a Internet como um espaço de negócios ou de interação social, estávamos diante de um complexo ecossistema em formação.

Até 2003/2004 a Internet não chamava muito a atenção de governos e nem de grandes corporações, que na época eram chamadas de empresas de tijolo, em oposição às criadas dentro do espaço virtual, a Internet até então era um brinquedo de nerds e acadêmicos, ao menos era o que achavam; até que ela começou a ameaçar os modelos de negócios de grandes “atravessadores” tais como gravadoras, editoras e produtoras, deste ponto em diante a criminalização da Internet ganhou um espaço maior e os cavaleiros do “Infoapocalipse”, como define Julian Assange, (Pirataria, Cibercrimes, Pedofilia e Ciberterrorismo) foram inflados e começaram a sensibilizar os governos. E neste ponto percebi que a Internet corria um enorme risco, por conta principalmente da ignorância dos governos sobre o tema, ignorância esta que existe até hoje.

Adepto das causas sociais, eu já havia atuado como professor no Lar de Frei Luiz, onde ensinei crianças a construir desenhos animados e mocinhas a se tornarem secretárias, decidi me engajar mais profundamente ao hoje chamado ciberativismo, isto aconteceu lá para 2005. O trabalho que eu havia determinado para mim mesmo era o de desmontar os mitos que eram criados em torno dos “cavaleiros do infoapocalipse” e decidi criar um blog e somente em 2007 é que a coisa esquentou de fato, com o substitutivo do então Senador Eduardo Azeredo, o PL 84/99, mais conhecido por AI5digital,

Neste momento varias organizações e ativistas passaram a mobilizar-se contra ele, um projeto de lei draconiano que acabava com a liberdade na Internet, a luta foi boa. Com um texto do Sergio Amadeu e André Lemos criei uma petição online contra o projeto, e chegamos a mais de 100 mil assinaturas, criando um belo fato politico que foi bem explorado para deixar o AI5 Digital parado por dois anos na Câmara. Foi quanto ao criar um meta manifesto contra o AI5 Digital acabei criando o Movimento Mega Não. Em resposta ao AI5Digital, o então Presidente Lula pediu ao Ministerio da Justiça que elaborasse uma lei para garantir os direitos dos Brasileiros na Internet, e surgiu o Marco Civil, que foi inovador desde o inicio, com duas consultas publicas e um belo processo de democracia participativa. Hoje o Mesmo Marco Civil esta paralisado na Câmara, sofreu diversas deformações, muito do que criticamos no Ai5 Digital foi inserido nele, como o artigo16 por exemplo e os data centers no Brasil, mas a luta continua diversas organizações estão envolvidas, IDEC, Artigo 19, Movimento Mega, Proteste, Intervozes, Partido Pirata e muitos outros, que além de fazerem parte do colégio eleitoral, alguns tem candidatos, ou melhor dizendo candidatas.

Em 2011 o Movimento Mega Não foi ganhador do Prêmio Frida na categoria Liberdades, deste ponto comecei a participar dos foruns internacionais de governança, o IGF 2011, 12, 13 e certamente o 14, além das edições de 2012 e 13 do LACIGF, e recentemente fui aceito na ICANN como membro do NCSG, tendo participado das reuniões de Beijing, Durbam. Além é claro de ter participado das duas primeiras edições do Forum da Internet, importante evento do CGI.Br no Brasil. Dentre muitos reconhecimentos, tive o pela EFF como Expert Internacional em Liberdade na Internet e ativismo de base.

Em pelo menos três edições da Campus Party e três edições do FISL venho apresentando o mesmo painel: A Internet sob ataque, onde demonstro quem são e quais táticas e estratégias estão usando os “inimigos da Internet” para tomar o controle desta. Por inimigos temos os mesmos de sempre grandes corporações, intermediários, governos totalitários e/ou desinformados e a grande mídia fazendo coro. Estas táticas e estratégias se dão em quatro arenas e diversos flancos, a adesão da MPAA ao W3C é um sinal, tentativas de acabar com o CGI outras, a reunião do WCIT com a proposta de inserir as TICs na definição de telecomunicações e muitas outras ameaças que o Carlos Afonso já relatou. Por esta razão e pela base que venho construindo ha alguns anos é que decidi tentar uma cadeira no conselho do CGI.Br pelo terceiro setor, acredito que eu possa ajudar muito nestes momentos de crescentes ameaças a Internet e principalmente nas propostas já explicitadas pela Carta Programa Conjunta, da qual também sou signatário.

Entendo que temos ótimos candidatas e candidatos, e como cada organização do colégio eleitoral tem direito a quatro votos, que destes um seja para mim.

Você pode me ajudar se conhecer algum responsável de algumas das entidades do Terceiro Setor listadas aqui, peça a ele que me dedique um dos quatro votos a que ele tem direito.

Muito obrigado.

 

João Carlos Caribé


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